sexta-feira, 23 de maio de 2014

O Facebook e os absurdos que vemos escritos por aí

Bem, consegui voltar. O tempo não anda muito a meu favor, mas não posso deixar de fazer coisas que me façam bem à alma. E escrever é uma delas. Isso é um conselho do doutor, senão eu pifo de vez. Com tanto trabalho de revisão e redação, e agora a "aventura" de criar palavras cruzadas (minha mais nova paixão profissional), 24 horas por dia já não são suficientes.

Hoje a postagem não será explicativa. E sim um "ensaio" ao meu retorno, pra manter também o blog respirando. Um amigo me disse: "Tati, por que você não cria uma página no Face com seus 'achados gramaticais'?". Não sei, não sei. Eu tenho um certo medo do Facebook no que diz respeito a isso. O que eu vejo escrito nessa rede social é de matar quem já morreu. E também não sei qual o interesse das pessoas em relação a uma página educativa (existe mais gente interessada em ofender, violentar verbalmente, polemizar de forma gratuita). Fico com medo do que posso ler na minha própria página... hehehehe (cara de assustada, fingindo estar "de boa").

E o que me deixa um pouco triste com isso é que a maioria das pessoas que escreve é estudante, ou estudou, passou pelas aulas de Gramática. E o pior: tem gente na faculdade escrevendo assim. E por que é triste? Porque a gente vê que o ensino está muito defasado, não só pelo conteúdo carente e mal aplicado, como, e principalmente, pela falta de efeito: os alunos saem das escolas e não sabem ler ou escrever, ou ao menos entender um enunciado. E essas pessoas TIVERAM aula de português, redação, literatura.

Se vocês pegarem uma publicação no Facebook e abrirem os comentários, ficarão assustados com a quantidade de "vo fase", "conciente", "inguinorante", "propio", "conserteza" etc. etc. etc.

Nem estou falando sobre a praticidade de se escrever nas redes sociais, em bate-papos (como, por exemplo, "vc", "pq...). Até aí, é mais que normal. E eu, no bate-papo com meus amigos, não fico me atendo a escrever de acordo coma norma culta nem tenho interesse em corrigir ninguém. E o mais engraçado é que eles ficam com medo de conversar comigo, e acabam se corrigindo o tempo todo. Só digo: "Relaxa, é nóis"... rsrsrs. Mas no dia a dia, numa carta de pedido de emprego, redação de Enem, ou uma simples publicação no Face ou Twitter, vamos ter mais atenção, meu povo! Mais cuidado e carinho com a nossa querida língua, plis!

Bem, gente, sei que não há explicações neste post, mas estou bolando umas coisas novas pra postar e manter meu blog fora dessa sobrevida. Aos poucos, e fiéis, que me leem, peço sugestões. Serão muito bem-vindas. Por exemplo, o bendito hífen (e o polêmico hífen duplo, que em muitos blogs está sendo tido como obrigatório), a reforma ortográfica (tá meio tarde pra isso, mas ainda existem dúvidas tenebrosas que assombram o sono de revisores, redatores, jornalistas e curiosos). Que tal?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Os porquês - Parte 2

Agora vem a porrada. Podia ser mais simples, né? Mas, como não é, a gente tenta fazer o melhor. Mas uma dica boa: procurem um bom livro de Gramática, evitem procurar na internet. Às vezes, "dá ruim".
Vou partir logo pras definições, porque senão serão TRÊS posts. Ficou grande "pacaramba".

PORQUE 
Na forma escrita acima, é uma conjunção – explicativa ou causal. Independente se a frase é  interrogativa ou afirmativa, o sentido sempre vai ser CAUSA/EXPLICAÇÃO. 
Exemplo: 
Causa: Não fui ao churrasco porque estava chovendo. / Explicação: Não faça isso, porque é perigoso
Vamos lá. Não é tão simples, pois envolve as temidas orações coordenadas e subordinadas. Infelizmente, é bom dar uma olhada "por alto" em Coordenação e Subordinação (é o único caminho pra gente entender de uma vez por todas), pois vai ajudar MUITO na hora de identificar os "porquês". 
Pra resumir (se é que dá), temos duas relações – uma de causa e outra de explicação. 
Na primeira ocorrência, "estar chovendo" é a razão pela qual não fui ao churrasco (temos uma oração principal e uma subordinada [adverbial causal]). 
Na segunda, "ser perigoso" não necessariamente é causa direta para não se fazer isso (uma oração coordenada sindética explicativa). Mas é uma explicação: "Se você fizer isso, vai sofrer consequências". Estou tentando explicar à pessoa, para que ela não faça isso. 
O problema é que elas são muito parecidas. Uma diferença que vi em muitos livros de Gramática é que na explicativa, há o uso da vírgula entre a oração explicativa e a precedente. Mas a questão aqui não é descobrir a diferença entre essas orações, e sim saber que "porque" (ok, junto, sem acento) ocorre NESSAS orações. Isso a gente pode descobrir num outro post. 
E quando temos "porque" (junto) dentro de uma pergunta? SIMPLES. Só pensar no que escrevi acima. Esqueça o ponto de interrogação, "porque junto/separado". Não é um caminho bom, não. Só atrapalha. Vamos a um exemplo? 
Você não veio porque estava ocupado? 
Aqui temos a mesma relação anterior. A CAUSA de "você não ter vindo" = você estava ocupado. E PONTO! Se formos dividir as orações, CONTINUA A MESMA COISA: uma oração principal (Você não veio) e uma subordinada adverbial causal (porque estava ocupado). É por isso que esse negócio de "pergunta", "retórica" ou "subentendido" não ajuda. Esqueçam o ponto de interrogação, e pensem na relação entre as orações. 

POR QUE
Acho que este é o mais chato. Porque temos variação. 
No primeiro caso, vamos ter que pensar um pouquinho na questão interrogativa, porque andei pesquisando, e o que encontrei foi "advérbio interrogativo". SIM. Não que não tenha havido divergências ao longo de minha pesquisa. Eu mesma fiquei meio "pau" com essa coisa. Mas de fato, não estamos querendo uma CAUSA, um motivo? É o mesmo caso (em termos de contexto) da conjunção subordinativa "porque". "Separado" para diferenciar. Sintam a diferença: "Por que você não veio?" versus "Foi porque você não veio?". 
Notem: "Explique por que você não veio" versus "Explique, porque você não veio". É aqui que vai entrar a segunda parte de POR QUE. 
Vamos pegar os dois exemplos acima (começando por "porque" – junto). "Explique, porque você não veio". Aqui, temos uma "explicação", que me "solicita" a pedir uma satisfação à pessoa que não veio. Assim = Explique, já que você não veio (você não veio, e eu quero uma explicação para isso). Tchan! 
Agora, temos "Explique por que você não veio". Muita gente vai querer usar o recurso "por que motivo, causa" etc. Mas vamos um pouco além disso, já que quase TUDO em "porque" significa motivo (seja explicativo, causal, interrogativo). Se formos "substituir", virá "MOTIVO". Então, "bora" esquecer essa parada. 
Vamos pensar no que vem ANTES de "por que". Aí entramos nos verbos transitivos (eu sei que dói, mas é um mal necessário). Já repararam que, quando temos esse "por que" numa afirmativa (que dá a ideia de uma "pergunta"), temos um verbo transitivo direto (Rá!)? Vários exemplos: 
Queria saber por que você não veio. Diga por que está chorando. Não me pergunte por que ele está aqui. São todos verbos transitivos diretos. E, dessa forma, temos orações substantivas objetivas diretas. Ou seja: orações que funcionam como um objeto direto (que é o complemento de quem??? Do verbo transitivo direto). Quero saber ALGO. Diga ALGO. E por aí vai. 
Temos ainda um outro caso. No exemplo: Este é o ideal por que eu luto. Aqui temos o pronome relativo "que" e a preposição "por". Neste caso, não temos uma explicação, ou uma indagação. Apenas uma relação de referência a um termo já dito, somada à regência verbal. Uma das regências do verbo "lutar", dependendo do sentido, é "lutar por". Fechou? E "que" está retomando a palavra "ideal" (Este é o ideal. Eu luto por este ideal). 
Muitas pessoas substituem por "pelo qual", pois fica mais fácil: que = o qual/a qual. Se juntarmos "o qual/a qual" com "por", obrigatoriamente temos que fazer a contração, e transformar em pelo/pela. Para um imediatismo, até ajuda. E eu também prefiro usar "pelo qual" nas minhas redações. Fica menos "grrrrrr". 
Ficou claro aqui que POR QUE merece um post só pra ele. Vou tentar desenvolver melhor esta ideia e fazer um especial, porque tem história pra contar. Assim com queria fazer um sobre Coordenação e Subordinação. 

POR QUÊ
Aqui é menos complicado. O "que" com acento é puramente fonético. A gente aprendeu lá atrás que as monossílabas tônicas terminadas em "a", "e" e "o" são acentuadas, né? Pá, pé, vê, só... 
Acontece que o "que" tem essa possibilidade de ora ser átono (entre as palavras, em que a gente quase não percebe o seu som, por uma questão de entonação), ora ser tônico (no final de uma sequência, na qual a gente percebe nitidamente a sua "existência"). Experimentem, lendo em voz alta: "Essa foi a solução que eu encontrei" e "E aí, vai fazer o quê?".
Então, exemplificando o nosso queriiiido aí de cima: Ela saiu daqui por quê? / Ele age assim, mas eu não sei por quê. (Nestes dois exemplos, temos o tal do advérbio interrogativo e a oração substantiva objetiva direta, complementando o verbo "sei", que nessa construção é... transitivo direto. OI OI OI). 

PORQUÊ
Neste caso, o mais simples de todos. Temos um SUBSTANTIVO. Yes! Substantivo. Essa todo mundo sabia... hehehe. Mas por que substantivo? Existe uma parte da Morfologia chamada Formação de Palavras, que é o processo pelo qual vão surgindo... as palavras ("craro, Cróvis"). Existem vários métodos. E como a língua é uma coisa louca e linda, nada é estático na sua evolução. Só a Gramática é que fica meio perdida tentando dar nomes aos bois, e é por isso que "birimbola". 
Neste caso, o método foi por DERIVAÇÃO. A derivação consiste em criar uma palavra (derivada) a partir de outra já existente (primitiva). Há vários tipos de derivação. Mas aqui temos uma coisa chamada DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA (a Morfologia diminui um pouco a sua importância e passa a bola pra Semântica, que eu gosto de chamar de SeMÃEtica). 
No caso de "porquê", não surgiu uma palavra "diferente". Apenas foi mudada a classe dessa palavra. Exemplos práticos: "os bons, os maus" (adjetivo passa a substantivo); "o caminhar" (infinitivo passa a substantivo); "Você é um querido" (particípio passa a adjetivo); "Vamos pesar os prós e os contras", "Receber um 'não' é frustrante" (palavras invariáveis passam a substantivos. Opa! É aqui que entra "porquê"). "Porque" é conjunção (invariável) que passa a ser um substantivo. E o sinônimo é... MOTIVO, RAZÃO (voltamos ao começo). 
Exemplos: Essa atitude não tem um porquê. / Vamos ao porquê da história

Por que isso acontece??? Eu vejo como uma necessidade de "ilustrar" melhor uma frase. Pensem e vejam se não fica mais "direto" do que "Essa atitude não tem um motivo". Além do mais, é coisa da língua mesmo, uma necessidade de enriquecer cada vez mais. Não dá pra quantificar esses fenômenos, eles acontecem, vivem acontecendo. Faz parte da evolução linguística. Só fica ruim pra tentar registrar tudo isso de uma só vez, e de uma forma hermética. É por isso que muitas vezes encontramos muita divergência. Não é burrice ou vaidade por parte de quem explica. Mas é porque é difícil mesmo registrar algo intangível. 

Eu acho que tudo isso merece melhor investigação (principalmente o POR QUE, que dá pano pra manga), pra gente botar a nossa cabeça pra funcionar, e deletar de vez aquela explicação "cretina" de "motivo/razão pela qual", "início de pergunta" etc. Até porque, por exemplo, falando, a gente não tem uma ordem certinha, pra ficar declarando que é "começo de pergunta" que define se vai ser "por que", "porque", "por quê" ou "porquê".
Não é fácil. Talvez esta minha explicação não ajude muita gente, mas foi a minha forma de raciocinar. Pode ser que não siga um caminho muito ortodoxo, mas dessa forma me faz um mal menor. E acredito que, se alguém tiver uma forma mais leve e dinâmica que a minha, vai me dar um help.
É isso, povo e pova. Então, deixo vocês com a peça publicitária aí de cima. Eu tinha colocado esse anúncio no meu ANTIGO post sobre os "porquês" (aquele que eu retirei). Nessa peça, temos o seguinte texto: "Sacolas /Porque optar pelas duráveis, como faziam nossos avós". Qual vocês acham que deveria ser o correto: por que, por quê, porque ou porquê


Os porquês

Este blog é focado em peças publicitárias. Mas hoje, em especial, eu gostaria de não postar nenhuma peça com erro (ufa!) e falar sobre os queriiiiiidos porquês.
Em primeiro lugar, eu queria dizer que é muito difícil a forma como aprendemos na escola, em qualquer nível. A gente não aprende – em parte – errado. A forma como a gente "recebe" a informação é que acaba com a nossa dignidade.
Gente, eu pesquisei blog, sites especializados, sites de concursos. Eu não sei se procurei direito, mas não encontrei nenhum blog ou site que explicasse esses udos de uma forma mais desenvolvida. Pra não dizer que não achei, só encontrei um (sim, UM), que serviu de pontapé para esta minha vontade de entender tanto os porquês e encontrar uma forma "camarada" pra gente não esquecer mais.
Aí fiquei matutando... durante o dia, meu trabalho não me deixa nem piscar os dois olhos de uma só vez. Então, as ideias resolvem aparecer na hora em que vou dormir. E com isso eu sou "muito mais" feliz...
Cheguei à conclusão de que a melhor forma de associar o uso dos porquês é partir logo pra ignorância... hehe. Ou seja, vamos direto à fonte, que é a classe de palavras.
Eu mesma já fiz um post aqui sobre os porquês, mas retirei, pra não ficar repetitivo. E porque acho que este aqui vai ser mais completo. O tempo passa, o tempo voa... e a gente vai aprendendo mais. Acho que o post anterior está um pouco com esses vícios que eu tanto critiquei.  
É tanta coisa que eu terei que dividir este assunto em dois posts.
Se vocês hoje forem procurar "explicações" sobre os porquês, vão achar basicamente isto (em grande parte de sites direcionados, pois alguns, mesmo que com esse mesmo perfil de explicação, ainda tentam ser mais abrangentes):
"Por que ('separado', sem acento): início de pergunta ou pergunta subentendida = por que (motivo). Porque (junto, sem acento): resposta. Por quê ('separado' e com acento): final de pergunta. Porquê (junto, com acento): substantivo = causa. O mais fácil de identificar, pois sempre vem depois de 'o' ou 'um'".
Não é assim (ou mais ou menos assim. Sei que tem mais algumas coisinhas, mas eu resumi bem)?

Na minha opinião (e isso não significa que eu seja dona da verdade), o primeiro erro é colocar os quatro numa mesma explicação – tipo um "aulão" sobre os porquês. Atrapalha mais do que ajuda.
O segundo erro (vamos chamar de "pegadinha") é que, se formos avaliar direito, não existe SEPARADO. "Porque" só vai ser "porque" se for junto. Se estiver separado, são duas palavras – por e que/quê.

Bom, como não tem jeito, vou ter que falar dos quatro de uma só vez. Mas espero, do fundo do meu coração, que esta explicação seja útil, pois eu ouço muita gente me perguntando as diferenças. E se os "aulões" com essas pegadinhas funcionassem, não iria mais haver tanta gente com dúvida.
Eu faço assim: em vez de pensar: "Eu uso 'porque' (junto, sem acento) em resposta/afirmação (etc.)", eu penso primeiro na classe de palavra. Depois vou dando os exemplos. Aí, parece que é pensar meio que ao contrário, mas faz mais sentido.
Vamos lá, no próximo post, vamos esmiuçar esses lindos.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Melanina ou melamina?

Bem, continuo folheando as minhas queridas revistas à procura de erros em anúncios ou até mesmo em matérias (e também em busca de entretenimento, porque eu sou dodói, mas sou normal... hehehe). Satisfazendo os meus desejos, sempre sai erro em algum anúncio. De agência pequena ou grande. Confesso que gosto mais de encontrar erros nas grandes...

A Euro RSCG é uma que anuncia muito nessas revistas. E é uma grande... (confere!!!). Dessa agência, achei erro em DOIS anúncios, seguidamente (ô, bênção!). Numa das peças (o novo Veet Suprem'Essence), era problema no layout, então não convém mostrar no nosso blog. Mas, mesmo assim, a dodói aqui mandou o erro pra eles. Acho que eles "abraçaram" meu e-mail, porque, nos anúncios seguintes, o desenho foi corrigido. Nem sei se foi por minha causa. Mas bem que podia ser, hein... hein?

Bom, vamos à nossa dúvida do dia, que dá título a este post. Tenho certeza de que a maioria das pessoas sabe a diferença entre "melanina" e "melamina". Melanina, como sabemos, é o pigmento que dá cor à nossa pele. Não há muito o que dizer, não é? E "melamina" (com "m") é uma substância usada na fabricação de plásticos e produtos antichama. Aqueles potinhos, copinhos, pratinhos etc. etc. etc. da moda. Aqueles que a gente encontra em lojas de R$ 1,99.


Pois bem. A Revista Caras, em parceria com o designer e estilista Kenzo, lançou uma promoção chamada Sonho Oriental. A Euro foi a agência que fez a campanha - veiculando em sites, fazendo comerciais de TV, entre outras ações. Nas peças veiculadas pela agência na Revista Claudia Comida & Bebida, de fevereiro do ano passado (é velha, mas tá valendo), lá no rodapé, onde há as especificações e informações sobre a promoção, temos o seguinte treho: "Peças produzidas em melanina".

Tenho certeza de que pouquíssima gente faz confusão entre essas duas palavras, mas acontece. O que é imperdoável é uma agência do porte da Euro deixar passar uma dessas. Eu tenho uma mania, que considero fundamental pra quem trabalha com revisão, que é PESQUISAR. Tudo aquilo que não conheço, que possa suscitar dúvida, eu pesquiso, via internet, biblioteca, dicionário ou outro meio confiável. Então, se pinta uma dúvida (porque a gente não sabe tudo, e mesmo quando "acha"que sabe, pode dar aquele "branco"), eu corro pra conferir.

É claro que eu enviei e-mail falando sobre esse erro. E com aquele famoso assunto: "Mais um erro nos anúncios de vocês...". A Euro rapidinho mudou todas as suas peças gráficas (fui checar no site da agência, e já estava corrigido para "melamina"). Hoje, no consultório médico (onde a gente mais encontra Caras por centímetro quadrado), dei uma olhada nas revistas, e encontrei um anúncio dessa Coleção, também já corrigido. Será que foi por causa do e-mail? Coincidência ou não, eu estou de olho. Checo os erros, mando pra agência e posto aqui no blog. Minha doença fechando um ciclo...

A foto que eu estou usando neste post é só pra ilustrar e lembrar a todos qual foi a campanha. Eu peguei do próprio site da Euro, e já está com a palavra correta. Nem tenho mais tanta certeza se conseguirei encontrar um anúncio com o erro. Prometo pesquisar MUUUUUITO, pra não parecer conversa de pescador (rs).

Tô na área, e já juntei material pra postar aqui. Vou aproveitar essa chuvinha para começar a procurar erros por aí.

Até lá.

De volta

Eu voltei...
Depois de um longo e tenebroso inverno (e verão, e primavera, e outono... rsrsrsrs), cá estou. Voltei ao meu querido blog. Espero que neste ano ele ganhe um gás.
Foi por pura falta de tempo, mesmo. Há dias em que eu simplesmente vou dormir quando o sol está pensando em mostrar a cara. Tem sido assim constantemente. Bom, porque está entrando um dinheirinho. Ruim, porque não tenho tempo pra usufruir minha vida.
Sorte que eu já tinha uma postagem aqui, guardada na manga. Mas em breve vou colocar mais conteúdo aqui. Espero, sinceramente, que este blog seja útil para quem lê. Mesmo não tendo tempo suficiente para escrever, este é o meu maior prazer.
Obrigada!

terça-feira, 12 de abril de 2011

A volta...

Depois de muito tempo, estou de volta.
Andei meio ocupada, um pouco "desgostosa" com o mundo da publicidade - no qual acidentalmente vim trabalhar, prestando meus serviços de revisão. Nesse mundo (o da propaganda), nem sempre a condição de revisor é reconhecida. E é um trabalho essencial, que requer extremo cuidado, aptidão, muito conhecimento e concentração. Eu gosto de revisar, eu preciso revisar... rs. Todo revisor tem esse lado dodói... não é à toa que nosso blog se chama TOC.
Mas, opiniões à parte, estou de volta, pra continuar o trabalho, representando essa massa de gente que adora revisar bula, prospecto, folheto, embalagem... e também pra dar um help a quem gosta de escrever e trabalha nessa área, seja em publicidade ou jornalismo. Muito embora a minha preferência seja por achar erros em material publicitário... por que será? Hehehehehehehe.
Abraço!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Acento diferencial

Olá, aqui estou eu de novo, e num curto espaço de tempo.

Acabo de receber mais uma contribuição para o blog. Meu caro amigo Renan, que meu deu a ideia deste blog, foi quem viu o anúncio e achou o erro. Daí, eu aproveitei, é claro, pra ver se havia mais erros. E, claro, movida pela esperança de alimentar meu TOC, fiz uma leitura pente-fino no anúncio. E não é que havia mais coisa?

Já está todo mundo "em dia" com o novo acordo ortográfico. Embora saibamos que ainda há a possibilidade de se escrever sob a antiga regra, todos os meios de comunicação, desde o ano passado, já se norteiam pelas novas normas.

O erro deste anúncio, que é da F/Nazca, se refere ao acento diferencial. Basicamente, o acento diferencial serve para distinguir palavras que se escrevem da mesma forma, mas que têm significados diferentes. A intenção é evitar confusões de entendimento. Por exemplo, o verbo "poder", na 3ª pessoa do singular, tanto no presente como no pretérito perfeito (passado) do indicativo, se escreve PODE. O acento diferencial vai ajudar a evitar confusões com relação ao tempo. Vejamos: : "Ela pode fazer isso" / "Ela pôde fazer isso". Se não houvesse o acento circunflexo, jamais poderíamos saber se se trata de passado ou presente. Imaginem a falta desse acento, por exemplo, num contrato com o seu banco. 

Com o novo acordo, alguns acentos diferenciais foram dispensados, por se entender que não haveria confusão de entendimento em situações contextuais. "Para" é um exemplo. Aboliu-se o acento que distingue o verbo "parar" (na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo) e a preposição essencial "para". Antes, tínhamos o acento agudo para diferenciar uma e outra. Por exemplo: "Ela não pára de revisar" / "Isso é para revisar".

Bem, no nosso anúncio de hoje, o erro é cometido duas vezes. Na frase "Mundial 2010. O Brasil pára. O Globo não pára". O certo, com base no novo acordo, é "O Brasil para. O Globo não para".

Eu confesso que ainda me sinto um pouco burra, ao imaginar que posso vir a confundir essas duas palavras num título de jornal, que é sempre quase telegráfico, como "Festa para a cidade". Será que foi feita uma festa pra alguma cidade, ou a festa "bombou" tanto que parou a cidade? Não sei, não. Tenho medo de ser a única a pensar isso.

Só para completar: outros acentos que "caíram" com o novo acordo: pelo (pêlo = filamento que cobre a pele do homem e de outros animais), pela (péla = bola de borracha), polo (pólo = 1. extremidade; 2. esporte) e pera (pêra = fruto da pereira). Entretanto, o acento diferencial de "pôde", explicado lá em cima, CONTINUA.

Dando prosseguimento ao nosso material em questão. Prometi achar mais erros, e aqui estão eles. Ao final da peça, temos a descrição dos prêmios.

Um deles é o iPod. Como se trata de um anúncio, temos que escrever exatamente como a marca o registrou. O correto é "i" minúsculo, colado à palavra "Pod". Só que no anúncio, temos "Ipod". Já na capacidade de armazenamento desses equipamentos, temos "G" para abreviatura de Gigabyte. Na verdade, eu pesquisei e achei "GB" e "G" para o símbolo, mas não em sites oficiais. Oficialmente, de acordo com o SI (Sistema Internacional de Medidas), o correto seria "GB". Isso ainda é reforçado pela IEC (International Eletrotechnical Commission – Comissão Eletrotécnica Internacional), que para evitar ambiguidade nos valores de MB, GB e família (tendo em vista a confusão com os reais valores dessa "tchurma"), ainda criou o termo menos simpático Mebibyte (MiB). Mas isso é um assunto de informática, coisa que eu só entenderia se nascesse de novo ou se ganhasse mais um cérebro. Como isso é meio impossível, prefiro continuar revisando... hehe.

Bem, é só. Mais uma vez, agradeço ao Renan pelo anúncio. Olha a minha doencinha pegando aí, minha gente!!!