quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Hífen ou não?

Timidamente, eu vou voltando a fazer minhas postagens. Sempre na expectativa de que a cada dia, haja mais visitas.

No post de hoje, vou falar sobre o novo acordo ortográfico, em vigor desde o ano passado. Não vou colocar todas as regras, porque vai ficar muito grande.

Honestamente, confesso que no início eu era contra, cheguei até a blasfemar, dizendo que ele jamais iria acontecer. Mas... aconteceu. Algumas mudanças foram úteis, outras já não. Mas deixemos pra lá... o que importa não é emitir minha rebelde opinião. O blog tem a função de explicar as regras a partir dos erros apresentados nas peças gráficas.

Bom, vamos à peça do dia. É o anúncio da linha Solar Expertise da L'Oréal. Estou colocando apenas metade do anúncio, justamente onde ocorre o erro. Está certo que ainda temos prazo para adotar a nova ortografia, mas todo mundo já está na "onda". Eu tinha falado sobre isso em outro post.


O título é "Transparência total com secagem imediata. Nunca uma alta proteção solar antiidade foi tão invisível".

Qual o erro? Vamos a um trecho do que diz a nova regra. Em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub, etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, eletro, auto, macro, micro, etc.), usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Daí temos algumas alterações: antiinflamatório, microondas e arquiinimigo, por exemplo, agora se escrevem: anti-inflamatório, micro-ondas e arqui-inimigo. Então, para a nossa peça, o correto agora seria "anti-idade".

Muita gente vai ficar perdida com isso. Porque o que eu ouço por aí é: "algumas palavras que tinham hífen passam a não ter mais. Outras que não tinham agora levam. Já algumas outras ficam do jeito que estão". O "pobrema", meu povo e minha pova, é: QUAIS palavras? QUAL o critério? Já era difícil detectar isso antes, imagine agora. Enfim, hífen ainda é um grande problema. Tem que conhecer bem a origem da palavra, saber se ela funciona como prefixo, elemento de composição. Aff! É um exercício hercúleo. Mas Gramática é assim: a gente precisa se interessar pra conhecer melhor. Quando começa a conhecer, fica fácil entender. E entendendo mais, a gente passa a gostar. Não tem mistério. É prática, estudo e pesquisa.

Bem, acho que por hoje é só.

2 comentários:

  1. O Houaiss de junho de 2009 já recomendava "micro-ondas" e "anti-inflamatório". O que sempre me deixou com a pulga atrás da orelha é o tal do "microrganismo", pois a aglutinação desse jeito se justifica porque, alegadamente, a palavra é pronunciada assim. Ora, eu não conheço ninguém que não pronuncie bem nitidamente os dois "os". O mesmo eu digo da "termelétrica" (grafia considerada a mais correta no Brasil!)

    Mas, deixando os hifens, eu gostaria de tirar uma dúvida com você. Segundo o Sistema Internacional, o símbolo do litro é "l" (letra "l", minúscula), tendo sido também aceita a letra "L", para evitar confusões com o número "1", justificável nos tempos da máquina de escrever, que não tinham um tipo para o número "1", forçando o usuário a escrever l970 em vez de 1970.

    Nos tempos de Unicode, em que podemos escrever até japonês e árabe no computador, a distinção entre o número 1 e o l já não é grande problema (dependendo da fonte utilizada), mas agora temos também a possibilidade de voltarmos a utilizar o "ℓ", que já foi muito comum e está caindo no desuso em favor do "L".

    Qual é a sua opinião a respeito? Eu, pessoalmente, gosto do "ℓ" e tenho total aversão ao "L", que não se justifica mais.

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  2. Amigo Adriano, minha resposta ao seu comentário vai virar uma postagem. Obrigada, mesmo, pelo comentário, e por favor, fique à vontade para interferir, ajudar e me corrigir, também. Grande abraço, felicidades e sucesso, sempre. Da sua mais nova admiradora colega.

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